sábado, 27 de dezembro de 2008

Não sabemos nada

Nunca saberemos se os enganados
são os sentidos ou os sentimentos,
se viaja o comboio ou a nossa vontade
se as cidades mudam de lugar
ou se todas as casas são a mesma.
Nunca saberemos se quem nos espera
é quem nos deve esperar, nem sequer
quem temos de aguardar no meio
de um cais frio. Não sabemos nada.
Avançamos às cegas e duvidamos
se isto que se parece com a alegria
é só o sinal definitivo
de que nos voltámos a enganar.


Amalia Bautista em Tres deseos; Renacimiento, Sevilla, 2006

1 comentário:

pinguim disse...

adorei e éverdade o que diz. o que fazemose tomamos como certo nem sempre o é.